sexta-feira, 25 de maio de 2012

Um brado retumbante pela não extinção da Língua Portuguesa 2

No embate TV versus Língua Portuguesa lamento informar que o nosso Português está perdendo de lavada, algo parecido a 18 x 0 de um jogo de futebol. E não me refiro à TV aberta, não. Estou me referindo à TV por assinatura que, em troca de uma gorda mensalidade, promete ao “amigo assinante” uma programação diversificada e de qualidade.
De uns meses pra cá a TV paga resolveu ficar mais popular, para atender o número crescente de assinantes da chamada Classe C. Como, na mídia, “popular” é quase sempre confundido com “popularesco”, no seu sentido mais negativo, de ordinário, grosso,vulgar, a alardeada popularização atinge em cheio a nossa castigada língua portuguesa, diariamente massacrada pelo conceito torto do que seja ”linguagem coloquial”.
Sob o pretexto de falar a língua do povo, os patéticos apresentadores dos novos programas exibem, sem um pingo de vergonha, uma crassa ignorância das regras mais banais do português do dia a dia e apelam para um amontoado de lugares-comuns, vícios de linguagem, excesso de gírias e pleonasmos óbvios. Sem falar nas punhaladas mortíferas aplicadas com zelo e garra às concordâncias nominal e verbal.
O uso indiscriminado de palavrões merece um parágrafo à parte. Com a percepção preconceituosa e distorcida de que a classe C é, por definição, ignorante, mal educada e semi-analfabeta, palavras como bom, ruim, difícil, legal, péssimo, ótimo, na moda são substituídas com naturalidade por palavrões cabeludos e termos chulos.
Não sei o que está sendo mais desmoralizado e denegrido nessa nova programação “popular” da TV paga. Nossa língua portuguesa ou o povo brasileiro?

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